Aprisionamento mental...
Foi de repente que percebi que havia me perdido...
Estava fora de mim... Já não sabia mais de onde eu tinha vindo, para onde estava indo...
Olhei ao meu redor, mas o caos irreconhecível em nada me ajudava... Apenas aumentava a confusão dentro de minha cabeça oca.
E logo após um amargo instante de silêncio, eu ouvi um ruído atônito... Algo estrondoso, e contínuo... Como se ecoasse no vácuo que se fazia presente dentro do meu peito... Era meu coração palpitando em desespero, numa tentativa de chamar minha atenção... De me mostrar que ao contrário do que parecia, eu estava vivo (ainda).
E como se não bastasse aquele ruído ensurdecedor, tão logo comecei a sentir o sangue queimando por entre minhas veias... Naquele ritmo frenético... Num compasso melancólico e altamente destrutivo...
E aquilo doía... E como doía!
Seria hilário... Se não fosse trágico.
Já não tinha noção do tempo ou do espaço... Só sei que eu estava só... E isso me fortalecia e ao mesmo tempo me corroia...
Mas subitamente a dor cessou.
A respiração ofegou.
O barulho calou.
Eu estava livre...
Eu estava ali!?
Que dia é hoje!?